ENTERNECIDA
No meu jardim, quase sempre há flores
Tantas antigas e outra ainda tão jovem
Fazem-me festas, derramam amores
Espargem perfumes e me comovem
Ponho-me a bailar, e as sedutoras
Por me crerem a menina de outrora
Deixam que me vista na cor da aurora
E tenha uma esperança imorredoura
Quando o sol se esconde no horizonte
Para o seu repouso bem merecido
Recolho-me em contrita penitência
Vejo réstia de luz atrás do monte
E envio-lhe num beijo merecido
Pedindo que volte logo à querência