Snødronningen
“Luz-te nas faces palidez romântica,
E dentro… a alma é fria.”
(ÁLVARES DE AZEVEDO)
Meu Deus do Céu! Como Anastasia é tão fria!
Quem contempla seu estatuesco semblante
Pode imaginar, quase no mesmo instante,
Que em seu peito um coração não bateria!
Lesto aos braços da Morte se jogaria
Quem tomasse esta mulher como amante;
Em seus olhos só há o gelo cruciante,
E em seu coração a descrença e a ironia!
E eu, contudo, morro de amores por ela!
Quando o ódio seu rosto vem anuviar,
Nunca a achei mais sedutora e mais bela…
Este fogo em meu peito queria apagar
Nos glaciais e desalmados beijos dela,
E em seus braços ver minha vida evaporar!