SONETO AO SUICIDA
Quem morre mata também os sonhos
Covardia, autoassassinato
Fugindo dos problemas medonhos
Tratando o corpo como um trapo.
Rasgando vísceras sanguinolentas
O plácido de o nada a confrontar
Liberto das crises virulentas
Das dores que não podia calar.
Quem morre mata sonhos dos vivos
Pulverizando lindas esperanças
Vivos e tão afetivos mendigos.
Olhos abertos, esbugalhados
Dores ampliadas continuam
Problemas devem ser desafiados.
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ESPAÇO DAS INTERAÇÕES POÉTICAS
Libertar-se da matéria,
Tendo a alma doente,
É mergulhar na miséria,
Noutro plano diferente...
(Jacó Filho)
O gravame incide no próprio ato
que aflora da subconsciência,
dia a dia, numa homeopatia
inversa da tortura degradante a deteriorar,
gradativamente, o corpo pela alma
ou a alma pelo corpo.
Suicidas inconscientes do presente,
vivem em homenagem contínua às cinzas...
antes mesmo de nelas se transformarem.
(Poeta Carioca)