VINHO AMARGO
Amargura... Eminente alegria de outrora!
Distante, revivo o instante que se atrela
Às lágrimas que ora embaraçam as estrelas,
E Desnorteia a paixão, cega e sedutora...
Entregue a esse vinho, sinto o retrocesso,
E desinteresso por tudo ao meu redor...
Nas feridas não vistas, a sublime dor,
Que solidifica o coração, como um gesso!
Como não perceber o presente deserto?
Como viver n’altiva dor que se renova?
Com ardor, anseio que minh’alma remova,
Esse ressentimento isento de conserto.
Oh semblante desfigurado pelo choro!
Por ti, esse triste cálice: amargo e inodoro.
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Freitas Júnior - Poeta In BERESHIT POÉTICA - ISBN: 978-85-5530-009-7
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