Deixei - soneto

Deixei

-Soneto.

Sobre a nudez destes meus olhos

Deixei de contemplar o horizonte

Distante a incentivar esperanças

Precedidas mortas aos meus olhos.

Perdidos a imaginar coisas vazias

Que se fogem todos os dias nos vãos

Vazios frios e temerosos ao avistar

Sem o cultivo de uma definição pura.

Apenas cambiantes inertes sem brilho

Sem os afagos das brisas que decorre

Tocando levemente minhas fáceis.

Em filetadas de linhas e sucos profundos

Marcas garridas do tempo e das eras findas

Que estão hoje em meu bornal arquivadas.