Pelas ruas íngremes de um burgo imundo
O condenado passa, carregando sua cruz.
Nas lanhadas costas leva a dor do mundo,
Mas nos olhos meigos brilha virtuosa Luz.
 
No entanto a força falta ao exausto corpo,
E seus joelhos dobram a cada passo dado;
É um pobre homem que está quase morto,
E, em cada queda é ainda mais castigado.
 
Caiu em frente à uma oficina de sapateiro,
E seu dono lhe disse com prazerosa ironia:
─ Profeta, pega tua cruz e segue em frente!.
 
Jesus respondeu: ─ Nada mais verdadeiro:
O meu sofrimento não vai passar deste dia,
Mas o teu, Ashaverus, durará eternamente!