BUMERANGUE
O silêncio que de mim sai para o mundo
Verso mudo em clemente oração…
Reverbera todo senso mais profundo
Desta Terra em silente perdição.
Vi as flores aflorando assustadas
Qual o mar, silentes ondas em agitação,
A chorar vidas perdidas lá nas praias
Corpos rotos, sonhos idos, tudo em vão.
Registrei do mundo a imagem em devaneio…
Pelos veios da loucura a delirar,
Num planeta torturado,sem ter meios
De horizonte, de linha reta a tremular.
Bumerangue poetei...rota de volta!
Às mesmas mãos que não souberam se amar.
nota da autora: em homenagem aos pai e filha salvadorenhos que buscavam pela dignidade de vida.