POESIA-MUNDO
– Para a Helena Guimarães –
“Adormeci em mim a poesia
porque o mundo está cão
e há nevoeiros nas manhãs de Verão”
Mª. Helena Guimarães
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A angústia paira no coração dos poetas
Num misto de receio e de perturbação,
Por terem medo do chamado mundo-cão,
Deixando-se inibir por palavras discretas…
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É bem certo que o dito mundo, em linhas rectas
Aparenta não ter nenhum concerto, não,
Mas cumpre aos poetas assumir a condição
De escrever versos-armas e não operetas.
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Mesmo que exangue esteja o tristonho Planeta
Dever-se-á conhecer bem o “bezerro de ouro”
Tentando, tudo-por-tudo, liquidar o Minotauro
Que cega os olhos aos humanos, na noite negra.
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Descubramos em nós um matador audaz
E um fio condutor que nos conduza à sorte
Que dê à diva Poesia um outro recorte
E faça vislumbrar ao poeta o rumo e a paz.
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Poetas, poetas, perante este mal profundo
Construamos, por bem, uma Poesia-mundo!
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Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM