À ESPREITA
Larissa! Por favor, não dê vexame,
A gente vai ficar dentro do carro,
Controle o balangado desse sarro,
Pelo amor de Deus, não grite, não clame!
O zumbido estridente desse grito,
Desperta quem está ali nas árvores,
Larissa! Se alguém nos ver, tô frito,
Tá forte o sacolejo e os tremores!
Já já alguém pergunta: é um terremoto?
Por favor, não me dê outro vexame,
À espreita, alguém nos vendo ali da moto!
Se avexe, vou tomar aquela ducha,
Tomara que já tenha ido a madame,
Não me venha, com a tal bate bucha!