O EXILADO
“À memória de Jorge de Sena”
Diz-me como escreves dir-te-ei quem és
Eis o paradigma dos “sinais de Sena”
Quem o quiser conhecer terá de o ler –
E mesmo que leia, lê-lo-á outra vez –
Pois a eterna angústia manterá a pena
Da pena de não o poder compreender.
O espírito de Sena está demonstrado
Tão só e apenas pelo seu testemunho
De ser pertinaz combatente, sem desvio
Da sua paixão. E assim foi exilado
Em furibundo complô, d´estranho cunho,
Por detentores do culto do compadrio.
Foi triste exilado lá fora, cá dentro.
Como reaver agora o tempo perdido
Co´ este Sena do nosso contentamento?
Ler seu testemunho, eis o melhor sentido!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM