AS MINHAS MÃOS
As minhas mãos não prestam pra nada,
Estão velhas, caducas, muito enrugadas,
Cheias de artrose, nesta vida desgraçada,
Elas sofrem muito esta vida, coitadas!
As minhas mãos estão desajeitadas,
Cansadas de escrever, nesta vida alada,
Não sabem o que fazer. Estão desfiguradas,
No entanto, é a velhice, despedaçadas.
Qualquer dia não sei como vai ser,
Podem ficar mesmo inutilizadas,
Por isso mesmo, prefiro mesmo morrer.
As minhas mãos sofreram este meu viver,
Uma vida inf’liz nesta hora complicada,
Agora estão a sofrer muito, a sofrer.
ANTÓNIO LUÍS (TÓLU)
SEXTA-FEIRA,21/12/2018