SOU UM LIVRO ABERTO 2
Sou um livro aberto nas tuas mãos
Nas tuas mãos de mármore e de ceda,
Onde me lês, nesta saudade azeda…
Onde se envereda e me enlaças em vãos.
Sou a tua visão bela dos teus irmãos,
Onde choras a tarde mansa e leda,
No teu colo de teu regaço desta labareda,
e me olhas de soslaio nestes desvãos.
Sou a tua lágrima convertida num lençol,
Onde foges deste segredo mesmo de anzol,
Onde mergulhas os teus olhos de purpurina.
Sou a tua imagem morta e viva dentro de ti,
Num barco á vela, que responde mesmo aqui,
No mar triste e desiludido desta vida dançarina.
LUÍS COSTA
Terça-feira, 5 de agosto de 2014