SOU UM LIVRO ABERTO 2

Sou um livro aberto nas tuas mãos

Nas tuas mãos de mármore e de ceda,

Onde me lês, nesta saudade azeda…

Onde se envereda e me enlaças em vãos.

Sou a tua visão bela dos teus irmãos,

Onde choras a tarde mansa e leda,

No teu colo de teu regaço desta labareda,

e me olhas de soslaio nestes desvãos.

Sou a tua lágrima convertida num lençol,

Onde foges deste segredo mesmo de anzol,

Onde mergulhas os teus olhos de purpurina.

Sou a tua imagem morta e viva dentro de ti,

Num barco á vela, que responde mesmo aqui,

No mar triste e desiludido desta vida dançarina.

LUÍS COSTA

Terça-feira, 5 de agosto de 2014

TÓLU
Enviado por TÓLU em 23/06/2019
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