O SOL ACABA DE ABORTAR
E lá onde o sol acaba de abortar…
Nas ondas da noite com asas do dia,
nos ombros da ternura nesta alegria
é lá onde o vento se quer então deitar.
É naquelas escadas que eu vejo o mar,
Lá onde o rio canta para a cotovia…
E um pássaro de aço também queria,
Voar nas nuvens de algodão a gritar.
É lá onde eu subo o castelo de tristeza,
Onde me vou mirar nesta vida de certeza,
É lá onde o frio grita naquele momento.
É lá com as minhas mãos de veludo e seda,
ponho no caderno os olhos cristalinos de leda,
E a vida continua com os cabelos de vento.
LUIS COSTA
13/02/2004