ANGÉLICO MAL - Soneto inédito

Ele, que vem dolente e reluzente

Naquela nebulosa luz eufórica,

Mostrando na sua face a nua retórica

Do que é mais prazeroso e complacente,

Por dentro de emoções de toda a gente,

Desmanchando-se na imagem pictórica,

Mas bem diante da máscara folclórica

Do que é ser o real medo da mente!

Metamorfoseando-se no algoz

Que mata e ressuscita tão feroz

O vivo e o morto que levam pecados.

Com sua gadanha cisca o ar, voraz,

Degola os homens da guerra tenaz,

No destino que escolhe os condenados!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 21/06/2019
Reeditado em 24/03/2022
Código do texto: T6678631
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