VAZIO
Tem dias que parecem assim
nada a preencher os espaços
nenhum humano a dizer sim
corpo despido pés descalços
Dias sem cores nem aurora
ruas desertas na contramão
televisão notícias de outrora
nascente bússola sem direção
árvores sem folhas nem raiz
relógio a esmo sem ponteiro
animal cavalgando por um triz
hoje tudo faz sentido no ócio
nuvens no céu fazer letreiro
barragens no tempo do vazio