Dedicatória às "Primaveras" de Casimiro de Abreu
(A Sarah Pereira)
Ó Sarah! Talvez não possas acreditar
Que a jeunesse em meu semblante se estampava,
E meu coração hinos a Deus entoava
Sempre que a mais um dia vinha a acordar.
Tão ingênuo, vivia eu então a sonhar
Com um belo futuro que a mim se revelava;
Quando meus versos a outrem declamava,
Glórias e aplausos me punha a imaginar.
Mas desde então muito tempo se passou;
Do calix miseriæ ávido traguei
E nada de meus alegres dias sobrou.
A derradeira lembrança que preservei
Foi este caro livro que me embalou –
Por tanto amar-te, a ti o oferecerei.