Dedicatória às "Primaveras" de Casimiro de Abreu

(A Sarah Pereira)

Ó Sarah! Talvez não possas acreditar

Que a jeunesse em meu semblante se estampava,

E meu coração hinos a Deus entoava

Sempre que a mais um dia vinha a acordar.

Tão ingênuo, vivia eu então a sonhar

Com um belo futuro que a mim se revelava;

Quando meus versos a outrem declamava,

Glórias e aplausos me punha a imaginar.

Mas desde então muito tempo se passou;

Do calix miseriæ ávido traguei

E nada de meus alegres dias sobrou.

A derradeira lembrança que preservei

Foi este caro livro que me embalou –

Por tanto amar-te, a ti o oferecerei.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 19/06/2019
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