ÚLTIMA MANHÃ

Amanheceu como um dia qualquer.

Da brisa, um abraço de despedida.

Aqui e ali uma lágrima perdida.

A última pétala... bem-me-quer!

As dores não mais são contrapartida,

que a vida, desmesurada, requer.

Comportam-se tal qual um chanceler,

no palácio em que a rainha foi ungida!

O peito guarda teimoso suspiro,

tísico sopro à porta em que me atiro.

Da esperança, nunca me despedi!

Prossigo em paz. A luz cega os desejos.

As amarguras, partem em cortejo.

Deixo à morte, tudo que não vivi.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 18/06/2019
Código do texto: T6675813
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