ÚLTIMA MANHÃ
Amanheceu como um dia qualquer.
Da brisa, um abraço de despedida.
Aqui e ali uma lágrima perdida.
A última pétala... bem-me-quer!
As dores não mais são contrapartida,
que a vida, desmesurada, requer.
Comportam-se tal qual um chanceler,
no palácio em que a rainha foi ungida!
O peito guarda teimoso suspiro,
tísico sopro à porta em que me atiro.
Da esperança, nunca me despedi!
Prossigo em paz. A luz cega os desejos.
As amarguras, partem em cortejo.
Deixo à morte, tudo que não vivi.