QUANDO ME FITAS
Quando me fitam os teus olhos lassos,
Disfarçando calores de desejo,
Sinto na boca o sabor de um beijo,
Que sonho desde que sigo teus passos.
Os teus olhos negros ao me fitar,
Dizem coisas não ditas, inauditas,
Que, por pudor, não podem ser escritas,
Pelo furor que podem provocar.
Talvez atentassem aos bons costumes,
Talvez até provocassem ciúmes
Aos fingidos guardiões da moral.
Ah! Aqueles olhos, quando me fitam,
Me inquietam, me aquecem, me incitam,
Me excitam, me queimam, me deixam mal.
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Interação ao poema OLHOS DE VITRAIS, do poeta fcunha lima, que respondeu com este outro belíssimo soneto:
TEUS OLHOS I
Na moldura sensual do rosto teu,
Busco os sonhos meus e as saudades,
Para no seguimento das verdades,
Tentar encontrar caminhos meus.
Teu abandono no mundo apareceu,
E fez meu coração bater mais forte,
Acreditando em seres tu meu Norte,
Este ser só, que nunca te esqueceu.
Admirado, mirando a beleza,
Um porte de rainha, em realeza,
Nesta cálida visão tu me prometas.
A infinita ternura do teu rosto,
Jardim celeste de muito bom gosto,
No qual florescem duas violetas.
fernando cunha lima.