NADA ALÉM DO HORIZONTE
Um olho já cansado pelo tempo,
Tentando espiar o que não ver,
Pensa em ver o óbvio, por exemplo,
Razão do bem estar, o próprio ser!
Se esse bem querer há tanto esvaído,
C'o a boca escancarada sussurrando,
Lembra quão outrora, o que foi ávido,
P'rum lado e p'ro outro, só o mulambo!
Por que pensar assim somente agora,
Ainda que tardia não enxerga mais,
Relembra aqueles dias de outrora!
Resmunga ter vivido c'o animais,
Os que além do horizonte não os ver,
Se muito olhar a imagem se desfaz!