Meu Epitáfio

MEU EPITÁFIO

         Epígrafe:

        "Não morrerão, porém, tuas sementes!

         E assim, para o Futuro, em diferentes

         Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

         Na multiplicidade dos teus ramos,

         Pelo muito que em vida nos amamos,

         Depois da morte inda teremos filhos!"

         (Augusto dos Anjos - Vozes da Morte)

MEU EPITÁFIO

         

Quando a treva encobrir a claridade,

Quando o tempo crestar meu rosto imerso

E uma voz ecoar na imensidade,

Será minha, a vagar pelo Universo.

Tardes eras, do tempo sem idade, 

Lá distante e de tudo mais disperso, 

Não morrerá, porém, uma saudade,

Na forma mais dulcíssima de um verso.

Desligado do mundo em que vivi,

Muito além das alegres primaveras

Ainda assim, hei de ficar aqui!

Agora e enquanto houver um descendente

E no futuro de remotas eras,

Noutras vidas e em forma de semente.

Onofre Ferreira do Prado
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 08/06/2019
Reeditado em 13/03/2021
Código do texto: T6667910
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