SEDE
SEDE!
JB Xavier
E pagarei, por certo, um preço caro
Ao doce encantamento da ousadia
De querer extrair, como um avaro,
A profunda substância da harmonia...
Os êxtases me invadem se deparo
Num verso, que perdido acaricia
outro verso, perdido, sem amparo
tentando renascer para a alegria!
Sou pobre catador, que tonto e errante
não tem mais borboleta em sua rede
Somente tem o sonho de um instante...
Sou bêbado, bebendo essa magia
Salvando o verso esparso com a sede
De quem bebe mais uma poesia!