O apolítico
“_ Meu voto é sempre branco ou sempre nulo!”
Dizia o cidadão tão patriótico.
“_ Essa politicagem não engulo,
É tudo um faz de conta, é anedótico.”
Ainda repetia em seu barulho:
“_ Neste país tão pobre, tão caótico,
Sou só um habitante sem orgulho,
Meio normal, também meio neurótico.”
“_ Política? Tô fora!” Retrucava,
Quando qualquer pessoa lhe indagava,
O que ele achava sobre as eleições.
Assim, com sua negação e indiferença,
Contribuía pra marcar presença,
De todos os pilantras e ladrões.