SONETO 'RIOS DE CHORO'
Alarde do pranto que em meu peito arde
Angústia da saudade que no silêncio invade
Outrora era sorriso que só a lembrança pode
Eu agora me arrependo, porque sei que fui covarde.
O meu canto já não tem sonoridade
Pois a saudade é a ‘pólvora’ que explode
Então a minha vida tonou-se varde.
O meu surto é como a rosa que eclode.
Assim, chorei “rios”, provei, era sal puro.
Diferente doce mel dos beijos dela
Infeliz! Minha escolha, minha falha.
Agora e a vida inteira, chorarei por ela.
Pagarei por esse erro o quanto valha
Viverei sem ela, mas não sei se me depuro.
Ênio Azevedo