JOIA RARA
Teu colo, outrora porto ao meu cansaço,
agora ostenta douradas correntes,
ao brilho dos teus olhos, concorrentes.
Pesando em teu pescoço como um laço.
Teus longos dedos, dos meus confidentes,
que tatearam sonhos passo a passo,
batucam valsa fora do compasso,
presos por algemas, qual delinquentes.
De tua orelha pendem diamantes,
posseiros no latifúndio onde dantes
minha língua semeava desejos.
Mas eu também conservo raridade,
guardada no cofre da intimidade.
A paixão, que rebrilha se te vejo!