FÊMEA NECESSÁRIA
FÊMEA NECESSÁRIA
Silva Filho
Há longa espera numa rede nordestina.
Alhures... u’a seresta imaginária.
Aos ouvidos de uma alma solitária
Canção, sem um amor, já desafina.
O desejo de amar bem repristina.
A fantasia é uma fêmea necessária
Sendo mesmo u’a excelente operária
Que coleta pensamentos na esquina.
Meu coração chamuscado pelo agreste
Palpita quando vem um vento leste
Capaz de transportar algum remédio.
O cheiro do amor está no ar.
Não quero inspirar; quero apalpar,
Deixando a solidão sem o assédio.