PALAFITAS

PALAFITAS

Sobre estacas submersas as moradas

Da vila sobre as águas a marear:

Casas de paus e tábuas d'um lugar

Que por ora rio; ora mar, banhadas.

Canoas em lugar de vãs calçadas

Onde todos andavam a remar

Por, da vazante à cheia, acompanhar

O vai-e-vem das águas enlameadas.

O mangue e a maresia omnipresentes 

No cheiro nauseabundo das manhãs

Entranhando algas e almas d'estas gentes.

E ainda que insalubres e malsãs

N'elas vêm repousar, indiferentes,

Depois de derrotarem Leviatãs.

Ilhéus - 21 07 2011