SOBRE ÉTER E CONSTELAÇÕES

Se sou tão viciado em mim mesmo

O que me falta senão a morte como homenagem?

E mesmo que uma saudade surja a esmo...

Restará aos demais uma última mensagem?

Na sanidade e contemplação procurei habitar

Contudo nos desvios também fiz temporadas

Deixando meu cálice de excessos transbordar...

Até no crepúsculo assentar inúmeras moradas

Senti mil vidas e vesti mil máscaras senis

Ainda bem jovem corroí a esperança

Dentro dum balaio indigesto de intenções vis

Num eterno aguardo de uma ilógica bonança...

Por isso hoje louvo a todos que às estrelas devotam adoração...

Sem contudo jamais permitirem que seus pés deixem o chão.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 29/05/2019
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