SONETO 136
Ó como tua doçura sobe como um vapor cheiroso desde o chabin,
E beijar tua boca ao sentir o mel de uma virgem como um breve adeus à ilusão das chagara,
Tua maciez tão nobre, ó pérola de glória o meu fim, que saboreia meu ser o doce pecado de frescor chagashi,
Pois, tua nudez os seios róseos meu predileto amor que não se acaba num chaka.
Meu bem de requinte à ti venerável donzela me perco no deliciar de poeta chakiki,
Pois, o mesmo amanhecer é vida, é suavidade, é ao mesmo tempo medo de mim chakkari,
Me deleito no teu sagrado feminino e nesse amor que também é forte paixão, me volto ao incógnito chaki,
Ó permaneça nua aos meus olhos, ó queira ficar no meu silêncio e não se esconda dos meus medos chakui.
Teu gosto é um pecado do meu vacilo na xícara de ouro os deuses num suave pavor criam o mundo no mexer da chashaku,
E esse amor que tão triste me consome por completo na ilusão do chakuhatsu,
Pois, beijar tua boca nesse segredo incógnito e tão brevemente ó chakuhatsu ao chakushu,
E entre as flores que passam numa primavera medíocre de mim mesmo, me afogo em ti ó musa da chakumoku.
Desejo-te ó minha ilusão e mulher de uma vida cheia em chigai,
O amor é amar o que se odeia, e nisso não receber nenhum amor, o amor é o labor que nos consome sem recompensa sentida, o amor não é sentir é fazer, é fazer e não sentir, pois, o amor é a vitória sobre a preguiça e mesmo não tendo amor haverá chia,
Pois, Minha poesia termina e se vai no segredo dos prazeres chichikuriau.
Teu corpo o néctar de chichikusai,
Ao meu poema de ti um amante devedor ó anjo da chi,
Minha bebida breve, meu vinho e poesia espiritual no chibichibi,
Ó fêmea que do céu desceste nas letras sinal amoroso chiboshin.
Te gosto no segredo na alma inefável cha no yu,
Ó nívea vida que tão triste a paixão me deixa o poema simplório de cha ni suru,
Querendo esse mesmo amor ser motivo de um eterno encontro que terminará numa longa tarde no chayaasobi ao chaka,
Pois, essa poesia é minha única verdade dentre tantas que o amor formou, pois minha vida condiz com tua formosura escrita nesses versos Ó moça bela, chanto.
Chabin (bule de chá, chaleira)
Chagara (restos das folhas de chá usadas na infusão)
Chagashi (doce que serve de acompanhamento)
Chaka (chá e doce)
Chakiki (apreciador de chá, apreciação de chá)
Chakkari (esperto, firme, atento)
Chaki (conhecimento do espírito da cerimônia do chá)
Chakui (colocação da veste ou roupa)
Chashaku (colher própria para pegar o chá em pó usado na cerimônia do chá)
Chakuhatsu (chegada e partida)
Chakushu (início, começo)
Chakumoku (percepção, observação)
Chigai (divergência, diferença, distinção)
Chie (sabedoria, inteligência, senso, sagacidade)
Chichikuriau (encontro secreto para relações sexuais)
Chichikusai (cheiro de leite)
Chi (terra, chão, terra firme)
Chibichibi (beber devagar, de pouco em pouco, em pequenas doses)
Chiboshin (divindade, deusa da terra)
Cha no yu (cerimônia do chá, arte da cerimônia do chá)
Cha ni suru (gracejar, zombar)
Chayaasobi (diversão em restaurante tradicional japonês)
Chanto (perfeitamente, corretamente, com exatidão)