EM UM MUNDO IMPENSADO

 
Vela que vela a tristeza de um pai,
Ao ver o filho partindo, inconformado.
A natureza não cumpriu o combinado,
Ao escolher aquele que primeiro vai.


Olhando a vela que em lágrimas se esvai,
A mente voa, esquece o corpo ali deitado.
E no seu voo chega a um mundo impensado,
Onde a barreira que há entre as coisas cai,


Inanimados ali têm sentimentos,
Podem ouvir, podem sentir nossos lamentos,
Entristecer ao perceberem nossos ais.


Nesse lugar, onde inexiste fingimento,
Pode uma vela sentidas lágrimas verter,
Ao compreender o sofrimento de um pai.

oooOOOooo

(Interação recebida do gran poeta fcunha lima.)


CHORO DAS LÁGRIMAS DAS VELAS
 
 
Sendo a rainha do velório, a vela!
Reina triunfante em meio à sala,
Entre pancárpias e muitas mandalas,  
Pelas lágrimas de cera se revela.

 Quem chora junto tão somente apela,
Porque quem chora muito nunca fala,
No olho seco a pálpebra estala,
 De um amigo que o defunto vela.  
 
 
O choro mudo ao derredor delas,
Junto com as guirlandas ou capelas,
Parecem um soluço de antemão.  
 
 
A lágrima molha o chão e não se abala,
Morre ante o misticismo da cabala
E geme como fosse um canto chão.
 
     Fernando cunha lima  20-05-19. 
 

 
Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 20/05/2019
Reeditado em 21/05/2019
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