TATEANDO NO ESCURO
TATEANDO NO ESCURO
Silva Filho
Rola o amor... no leito como um rio,
Tênue nascente ao incrível estuário,
Nem todo leito comporta vestuário,
Quando existe fricção contra o frio.
O rio é livre... tem seu alvedrio...
O amor bem dispensa comentário,
Sob o lençol vem a ser incendiário,
Fogo implacável que provém do cio.
O meu poema quer jogar-se na corrente,
Inda perdido... perto da nascente,
É qual criança tateando no escuro.
Meu pensamento vai seguindo adiante,
Fazendo passar-se por galante,
Mantendo a esperança no futuro.