O BUNDA-MOLE
Amigo do posto, do bolso, do boteco.
Tem rosto fingido, cingido de falsa amizade.
De voz mansa, sem tampa, sem eco.
De trejeito sem graça, repleto de inverdade.
Quando a cadeira quebra, é luto...
Como um morto sem plateia;
Como um traste só, defunto;
Com um lobo sem alcateia.
Tem o sinal da besta, disfarçado.
É fácil reconhecer o idiota babaca.
É o puxa-saco, o bonzinho, o revoltado.
Ao secar o rio, o bunda-mole corre.
Ressurge quando vê brotar a cabaça...
Fica até você cair de novo e foge.