QUEIMORES
Tua gana de amar atordoa,
atravessa, da calma, a fronteira,
sobre os lábios acende fogueira,
aos delírios prepara coroa.
Dos suspiros, o sopro enevoa
nossa imagem no espelho, festeira:
permitida a sutil brincadeira,
esvoaçam juízos, à toa.
Os espasmos revelam enleio:
de prazeres, um cálice cheio
nós tomamos... A sede é tamanha!
Docemente se encontram nos ares
devaneios dançantes, aos pares
e a volúpia nos corpos se entranha!