MEU VÍCIO...
Nunca cheguei a dominar meu mundo,
Se é que um dia ele foi meu...
Falo do olhar dela, tão profundo,
No qual a minha vida se perdeu.
Não tinha mapas ou nenhum rascunho,
E para mim nada mesmo ele prometeu,
Mas mergulhei no castanho à fundo,
Às margens morto meu coração apareceu.
Daquele olhar nem mesmo o limo sumo,
Pior que seu brilho ainda consumo,
Nessas noites sem luas e de breu.
A falta do olhar dela eu assumo,
Qual viciado no cigarro pelo fumo,
Que traga como se ainda não morreu.