DESATINO
Sobre aquele instante, tão breve instante...
Que se acomoda entre a vida e o porvir.
Que será, se é que será, como era antes.
A nós, já não é dado decidir.
Quisera a cada dia mais distante,
o porto que aos poucos vai submergir.
Não fosse navegar maré vazante,
qual lâmina afiada pro faquir.
Cabe no piscar dos olhos vidrados,
no esforço ao último suspiro inalado.
No desatino, que enfrenta a razão.
Mas nascer, também foi morrer um pouco.
Corrija! Se eu estiver ficando louco...
A morte pode ser só ilusão!
*em interação ao soneto Reflexos da
passagem de Porta Carioca.