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UM ZUMBI DA ÓPERA
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Somente o tempo vai dizer se me acostumo
andar em solidão assim, letal, sem ti,
nestes confins, surfando como um colibri
 que já sequer possui seu néctar de consumo.
 

Porque te foste embora e me deixaste, aqui,
meus dias todos são monótonos, sem rumo;
a vida tão sem graça vai-se e não me aprumo,
posto que o meu elã contigo mora aí.
 

Saber pudera aonde vais ou onde estás...
Qual um zumbi da ópera, sozinho e triste,
em meu solar silente só persigo a paz.
 

Hoje, no mau após que tu de mim partiste,
os meus cadentes sonhos lá se vêm atrás,
pois que a felicidade eu nunca vi nem viste.
 

Fort., 03/05/2019.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 03/05/2019
Código do texto: T6638552
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