"ÀS CEGAS"

Era altas horas... A noite preta,

O candeeiro apagado estava,

No chão do quarto eu amassava

A namorada e lhe chupava a teta.

De mansinho alisava a chapeleta

Que entre as pernas ela aninhava

E em segredo, aberta, me falava:

Do umbigo pra baixo, amor, meta.

Na parede, uma bacia encostada

Que eu derrubei na hora da gozada.

A bacia rodava, quase não para mais...

Minha mãe, no escuro, gritou danou-se,

Meu irmão, do quarto dele, acordou-se,

Virou o candeeiro e derramou o gás.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 29/04/2019
Reeditado em 30/04/2019
Código do texto: T6635482
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