"ÀS CEGAS"
Era altas horas... A noite preta,
O candeeiro apagado estava,
No chão do quarto eu amassava
A namorada e lhe chupava a teta.
De mansinho alisava a chapeleta
Que entre as pernas ela aninhava
E em segredo, aberta, me falava:
Do umbigo pra baixo, amor, meta.
Na parede, uma bacia encostada
Que eu derrubei na hora da gozada.
A bacia rodava, quase não para mais...
Minha mãe, no escuro, gritou danou-se,
Meu irmão, do quarto dele, acordou-se,
Virou o candeeiro e derramou o gás.