SONETO 147
Ó amor de minha meditação
Formador de tudo na criação
Da tua boca emergiu toda canção.
Na tenda solitária do árabe
Desembanhada o sangue de afiada sabre
A terra que o mal ao inefável quebre-me.
Ó amor, fere o ferimento do destino no inferno
Nas núpcias de escorpião no deserto
Pois a terra às sombras esmaga o desejo à ferro.
Ó destino de ente lânguido
Escrito em Buda à Krishna no escuro sânscrito
A poesia esmaga a ignorância em briosa fé elefantica
Ascende ó miragem poeira do céu deste ser manco.
Acordada criação de demônios sem iluminação
Ao velório das palavras imitação, aspiração e unção
Correndo no astral de um perdido e fútil ladrão
A verdade é só revelada num coração feito o de santo Antão.