SONETO 148
Meu sentir é oceano azul
Melancolia de palavras do eu mudo
Onde o peito dispara amor curto.
Pode parecer que a paixão seja fanática
Mexe com a alma e logo me arrasta
Numa dança de veneno à maracas.
Melancolia de vida e linguagem de sinais
Meu idioma só é traduzido em ais
Donde o fogo consome desespero desleais.
Vida que inicia ao céu em flor
Santidade que bate tambor
Meu entristecer é de garboso ator
Que passa o escripte de estrelato doador.
São romantismos de aroma das rosas
Que me perturba feito malditas moscas
Toda solidão amorosa arrancaca-se das ostras
Comendo a alma delírio feroz de macambúzias lobas.