Julgo que me casar seja o correto

Julgo que me casar seja o correto

e julgo que a mulher faça o varão;

julgo então, radical, que o coração,

não sendo dessa forma, não é belo.

Penso, comigo e a mim, que um traço reto,

reto e feroz, coluna do falcão,

é o único, de todos, travessão

que pode dar à fala um dito ereto.

Uma palavra, um beijo relativos

não são palavras, beijos, mas pavores,

pecados carne adentro, féis lascivos.

Amores, como os quadros dos pintores

são, e são corrompíveis! Mas, se altivos

(e o meu é!), são eternos, têm louvores.

16/4/2019

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Edição 27/12/2019

"são e o são corrompíveis! Mas, se altivos" torna-se o que se vê no soneto.

Também foi removida a vírgula após "pintores".

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 16/04/2019
Reeditado em 27/12/2019
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