SONETO 152

Como é bela e morna a noite

Cantando os sonhos à carinhosa sorte

Descansarás tu da boa e hipnótica morte.

Ó sintonia veloz de violento vórtice

Rodopiando ao pesadelo de selvageria forte

Pois o onírico do teu sono nos guia ao norte.

Deitada em corpo frio tem auspícios de sede

Descansar faz bem na garbosa rede

Entre flores de púrpura ao fruir dos verdes.

Ó morte cruel de tosco e humilde ronco

Na apoteose de cair todos os rudes troncos

Pois tu dormes e não tem sensatez no plano

Morre de arroubos da boêmia este terrível ano.

Tu sabes o quanto tu pagou nesse sonho?

Em fugidas quimeras de Hipnos sem ganhos?

Com amor de poeta ti fiz o lírio de tua alma santo

Para no onírico dessa minha morte acordar desse antro melancólico tão sozinho e gótico.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 16/04/2019
Reeditado em 16/04/2019
Código do texto: T6624569
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