DOCE VENTANA
Do lado de dentro se espreita lá fora
A janela quadrada e insuficiente
De aparência suja, nada transparente
O movimento cotidiano do agora
Na claridade mansa da aurora
Revelando um contorno aparente
Tamanho o sentimento envolvente
No espiar afável de quem namora
Imagem que se distorce em rabisco
No colorido do horizontal chuvisco
Que alimenta minh'alma sem risco
Beleza natural não vi em outra moça
De feições delicadas e pele feito louça
Numa felicidade que crepita e alvoroça
Juan Castiel 03.03.18 ©