Nuvens, Lingerie da Lua
A Lua, quando não se encontra nua,
(Usando as nuvens como lingerie),
Faz mise en scène antes de surgir,
Em todo esplendor da presença sua.
Abusa do direito de ser chique.
Vezes foge do Sol, seu refletor,
A simular um gesto de pudor,
Usando a terra como tabique.
E vai surgindo aos poucos, lentamente,
Encantando marés e toda a gente,
Que impacientes olham o céu.
Ninguém se cansa de assistir ao show,
Mesmo repetido diariamente,
Desde o dia em que tudo começou.
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Abrindo espaço para mais uma interação do poeta fcunha lima.
==LUA DE LUARES==
Oh! Lua da saudade, feiticeira.
Bruxa de prata a brilhar no céu,
Amarelada tem a cor de mel,
Na madrugada plácida, inteira.
Luar da lua branca e verdadeira,
Pairando no espaço como ao léu,
A nuvem que te esconde com seu véu,
É a mesma que passa tão ligeira.
Oh! Lua de luares, luarada,
A deslizar na noite, prateada,
Vê-se te mostra assim menos faceira.
A tua luz de prata azulada,
Que ilumina toda minha estrada,
Esconde o brilho da mulher primeira.
Acompanhando a saga do mestre Jota.
fernando cunha lima.