SE ELA VOLTAR...
Como um vulto que se esvai rapidamente
E se perde nas sombras da madrugada,
Foi assim que ela se foi, tão indolente,
Resoluta e simplesmente calada...
Foi-se embora como que se, de repente,
Nunca mais houvesse nova alvorada;
E, ao ressurgir do sol inutilmente,
Vi que os dias já não me valiam nada...
E, enquanto ela não volta, eu vivo assim,
Nesta letargia que não tem mais fim,
Como quem pela morte foi vencido.
Porém, quando ela voltar, eu volto à vida
E me esqueço daquela triste partida,
Como se ela jamais houvesse existido...