SONETO 153
Minha solidão é uma chuva
Desce do Paraíso como a culpa
E em minh'alma deixa muda.
Cada pingo d'água é tristeza
No meu coração paixão Dantesca
A resvalar lágrimas de tua beleza.
Mas, sou santo pobre e melancólico
De caridade ao teu amor catastrófico
Que em mim si faz Satã gótico.
Dentre os clarões da chuva ó amada
Ao sangue do pacto negro manchada
Em mel de tua boca sonho ou pancada
Faz orvalhar, orvalho meu, letras doída.