MENDIGO DE AMOR

Eu sou uma ave sem ninho

Nos galhos cruéis da solidão.

Sem amor e sem carinho

Vou vivendo na imensidão.

Eu sou uma rua, um caminho,

Sem movimento, sem direção;

Tal qual um frágil passarinho

No abandono fatal da ilusão.

Eu queria tanto uma paixão,

Um fogo ardente no coração,

Uma porção de prazer e calor.

Ou quem sabe uma emoção,

Uma companhia na escuridão,

Alguém para chamar de amor.