Madrugada
No começo da madrugada, o remanso
Esticados os ossos nesse leito só meu,
A vista ver escuridão da noite no apogeu
Olhos abertos quando mereço descanso!
Não penso no futuro, nem se falta amor,
Esqueço as lembranças, só vejo solidão
Vago é o sentimento, que há nesse chão,
E o ventilador soprando pra longe o calor!
Abençoada madrugada, faz-me escrever
Me inspira com a coruja que vem voando,
Voa presságio, estridente canto rasgando.
Passa dia, noite, e vai passando madrugada
E o silêncio continua, nem um sinal de vozes
Todos dormem, calmaria dos carros velozes!
bel Salviano