Deixas-me só - soneto
Deixa-me só por intermináveis horas vazias
de espera. Meus olhos fitos nos ponteiros.
Do medidor no fim do átrio, parecem ainda
Mais arrastarem as horas inertes que perco.
Assim numa sensação instável que aquieta
Meus anseios aflorados e ansiados. Parecem
Presos a uma cela gradeada por expectativas
Que não vejo o momento de sua realização.
Em controvérsia o cenário continua afetuoso.
Preparado para o aguardo de mais um formal
Prestes a iniciar-se entre luzes frouxas a enfeitar.
O cenário criado em minha imaginação de achego.
Neste aguardo teço entre o travesseiro e o lençol
Sonhos idealizados para as horas lentas de espera.