QUANDO
Quando a balsâmica primavera vier,
Trazendo consigo incontáveis nuances,
Acordarei a menina que há na acre mulher,
Direi para ela, se lance no sonho, avance...
Endosse, se aposse do verbo transcender,
Se harmonize além da realidade,
Se magnetize, se permita ascender,
Ter com as borboletas, intimidade.
Quando se realizar a transcendência,
O meu nada for tudo, conteúdo emerso,
E o esplendor ter libertária tangência.
Coexistirei em cada floral de veludo,
Direi que a primavera sou eu - absurdo?
Não! só um jeito de transformar dor em versos.