D'ALÉM-TÚMULO
D'ALÉM-TÚMULO
Em vagar pelo limbo, o inferno e o nada,
Consiste a minha vida após a morte…
Não que minha desdita ainda importe
Ou cuide ser mais que outra alma penada.
Há muito estes breus são minha morada!
Por fim, vaga presença, eu desconforte
Tantos antros escuros de má sorte,
Onde atravesso a noite neblinada…
Aqueles a quem eu jurei vingança
Visito d'além-túmulo na esp'rança,
De, com suas desgraças, ter justiça!
Concedo que hoje sou um tipo amargo
Lhes esperando a queda. Sem embargo,
Sapateiem por sobre a minha carniça!…
Belo Horizonte - 06 04 2019