VELHAS CARTAS
Por tentativa e erro tudo resolvemos,
A escolha da carreira que vamos seguir,
O lugar onde viver, comer e dormir,
Assim, sem pensar, depois nos arrependemos.
Nas questões do amor a cabeça não pensa
São poucos os que acertam ‘de primeira’.
Quem se rende à beleza só leva rasteira,
E a discórdia entra sem pedir licença.
Anos depois de feitas as escolhas certas,
Poesias e velhas cartas são abertas
E as lembranças nos trazem melancolia.
Mas logo são guardadas na velha gaveta,
São apenas memórias de paixões desfeitas,
Num tempo de juventude e fantasia.
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Escrito em interação ao poema VELHOS FRAGMENTOS, do ilustre poeta fcunha lima.
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A resposta veio rápida e precisa:
=CARTAS II =
Não mais existem cartas de amor,
Pelos e-mails, já foram trocadas,
Pelas mensagens, de robôs, cifradas,
Que não transmitem alegria ou dor.
Precisamos achá-las onde for,
Só encontramos cartas amassadas,
Fetiches de amor quando beijadas,
Guardadas, tão antigas, já sem cor.
Cartas que manifestam as paixões
Portadoras de cegas confissões,
Bilhetes que ao mar foram levados.
Tradutoras de afáveis compromissos,
Correio dos quereres mais omissos,
Pedaços de efêmeros recados;
fernando cunha lima.